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quarta-feira, 13 de abril de 2011

A REPÚBLICA VELHA

PROFESSOR: JUSTINO NASCIMENTO
DISCIPLINA: HISTÓRIA


A REPÚBLICA VELHA
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E A OLIGARQUIA CAFEEIRA

“O povo assistiu bestializado à Proclamação da República”, escreveu o republicano Aristides Lobo, na época do evento. Referia-se ele ao fato de que a República nada mais foi que uma nova composição das classes dominantes. O novo regime foi uma transformação da cúpula; a velha aristocracia rural, de mentalidade colonial escravista, era substituída pelo setor empresarial cafeeiro, ansioso por apoderar-se do aparelho do estado para colocá-lo inteiramente a seu serviço. Era, em suma, a ascensão de um governo burguês oligárquico.

No entanto, a República, rompendo os quadros antiquados e conservadores do Império, abria novas perspectivas mais coerentes com a fase de prosperidade econômica em que o País entrara nos últimos anos do século XIX.

Já foram abordadas as crises que envolveram o Segundo Reinado e o arrastaram à queda. A esse respeito, podem-se colocar algumas questões.

Até que ponto a abolição da escravatura contribuiu para a queda da Monarquia? Por que a Questão Religiosa colaborou para o esfacelamento do Império, se o atrito Igreja-Estado arrastava-se desde a Constituição de 1824? Qual a importância do Partido Republicano para o estabelecimento do novo regime? Qual a importância do Exército na sucessão dos fatos que culminaram com o golpe de 15 de novembro? O abuso do Poder Moderador influiu no desprestígio das instituições monárquicas?

A abolição não pode ser considerada propriamente uma causa essencial para a Proclamação da República, porque ela afetou apenas os setores escravistas que, no final da década de 1880, representavam uma parcela pouco dinâmica no País (Vale do Paraíba).

Quanto à Questão Religiosa, é preciso lembrar que a Monarquia nunca se configurou como inimiga declarada da Igreja e que a República não trouxe um aumento de força e prestígio para o Clero.

Também não devemos exagerar o papel do Partido Republicano, que, embora difundido por todo o País, não contava com grande número de adeptos.

A República não pode também ser considerada um mero golpe militar, nem os militares foram simples instrumentos dos interesses da burguesia cafeeira. Tampouco a Proclamação deva ser entendida como ato de indisciplina militar. Os militares, a partir da Guerra do Paraguai, adotaram a idéia de que a eles cabia a salvação da Pátria e a manutenção da ordem. A idéia republicana atingiu predominantemente os oficiais de patentes inferiores, enquanto os altos escalões do Exército apoiavam a Monarquia. Contraditoriamente, foi um marechal monarquista quem proclamou a República!

O Poder Moderador vinha sendo criticado desde a outorga da Constituição de 1824; no entanto, durante 65 anos mantiveram-se o Poder Moderador e a Monarquia!

Diante dessas considerações, porque só em 15 de novembro de 1889 instituiu-se o regime republicano? Na verdade, o novo regime foi o resultado das profundas transformações ocorridas no País a partir da segunda metade do século XIX. A decadência das oligarquias agrárias tradicionais, a Abolição, a imigração, bem como o processo incipiente de industrialização e urbanização, amadureceram a idéia da necessidade de uma mudança institucional e política.

O período ora estudado – 1889/1930 – é tradicionalmente denominado República Velha. Esses 11 anos, porém, compreendem duas fases distintas: a fase inicial, da implantação e consolidação do regime (1889-1894), é conhecida como República de Espada; e a partir de 1894, com a instalação de civis no poder, configurou-se até 1930 a República das Oligarquias.

 
1. O período que se estende de 1889 a 1930 é chamado de _______________________ . Podemos dividir esse período em duas fases: a República da ____________________ e a República das _____________________ ou ___________________________________ .

2. O período republicano compreendido pelos governos ____________________ é chamado de República da Espada.

3. O período republicano compreendido pelo domínio dos ________________________ é chamado de República Oligárquica ou ________________________________________ .

4. Os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto formam a fase da República Velha chamada de República da ___________________ . Nesse período, uma grave crise econômica abalou o país, o ____________________ resultante de uma reforma financeira promovida pelo ministro da Fazenda, que era ___________________________________ .

domingo, 25 de outubro de 2009

ATIVIDADE: ROTEIRO PARA O FILME OLGA




Olga
• ano de lançamento ( Brasil ) : 2004
• direção: Jayme Monjardim
• duração: 02 hs 21 min
sinopse
Olga Benário (Camila Morgado) é uma militante comunista desde jovem, que é perseguida pela polícia e foge para Moscou, onde faz treinamento militar. Lá ela é encarregada de acompanhar Luís Carlos Prestes (Caco Ciocler) ao Brasil para liderar a Intentona Comunista de 1935, se apaixonando por ele na viagem. Com o fracasso da revolução, Olga é presa com Prestes. Grávida de 7 meses, é deportada pelo governo Vargas para a Alemanha nazista e tem sua filha Anita Leocádia na prisão. Afastada da filha, Olga é então enviada para o campo de concentração de Ravensbrück

descrição:
Com Camila Morgado, Caco Ciocler, Fernanda Montenegro, Werner Schünnerman, Luís Mello, Osmar Prado e Eliane Giardini.
ficha técnica:
• título original:Olga
• gênero:Drama
• duração:02 hs 21 min
• ano de lançamento:2004
• estúdio:Globo Filmes, Nexus Cinema e Vídeo, Europa Filmes e Lumière
• distribuidora:Lumière
• direção: Jayme Monjardim
• roteiro:Rita Buzzar, baseado em livro de Fernando Morais
• produção:Rita Buzzar
• música:Marcus Vianna
• fotografia:Ricardo della Rosa
• figurino:Paulo Lois
• edição:Pedro Amorim
elenco:
• Luís Mello (Leo Benário)
• Eliane Giardini (Eugénie Benário)
• Renata Jesion (Elise Ewert Sabo)
• Floriano Peixoto (Filinto Müller)
• Milena Toscano (Hannah)
• Oscar Simch (Herr Fischer)
• Odilon Wagner (Capitão do navio)
• Eliana Guttman (Enfermeira-Chefe)
• Ranieri Gonzales (Miranda)
• Raul Sr (Rodolfo Ghioldi)
• Bruno Dayrrel (Victor Barron)
• Camila Morgado (Olga Benário)
• Anderson Muller (Paul Gruber)
• Caco Ciocler (Luís Carlos Prestes)
• Gilles Gzwidek (Leon Julles Valee)
• Fernanda Montenegro (D. Leocádia Prestes)
• Jandira Martini (Sarah)
• Mariana Lima (Lígia)
• Helio Ribeiro (Padre Leopoldo)
• Werner Schünemann (Arthur Ewert)
• Edgard Amorim (Agildo Barata)
• Guilherme Weber (Otto Braun)
• Zé Carlos Machado (Ministro da Guerra)
• Osmar Prado (Getúlio Vargas)
• Murilo Rosa (Estevan)
• José Dumont (Manuel)
• Paschoal da Conceição (Dimitri Manuilski)
• Sabrina Greve (Elza Colônio)
• Maria Clara Fernandes (Carmem)
• Leona Cavalli (Maria)
• Eduardo Semerjian (Galvão)
• Thelmo Fernandes (Bangu)

Por que Olga incomoda?
Emir Sader, 23 de agosto, 2004
Olga incomoda. Ninguém sai do cinema alheio a esse belo filme, baseado na obra-prima de Fernando Morais, que desagradou a imprensa e alguns “formadores de opinião”. A crítica cinematográfica ficou incomodada, alguns jornais chegam ao limite de praticamente não recomendar o filme, pela baixa avaliação que lhe dão, em comparação com a quantidade de porcarias holywoodianas recomendadas diariamente.
Olga incomoda porque conta a história pessoal de dois revolucionários. Incomoda saber que militantes comunistas são seres humanos, que amam, que sofrem, que são felizes, que se identificam profundamente com as causas pelas quais lutam, que não buscam nenhuma vantagem pessoal, mas sim a justiça e a solidariedade.
Olga incomoda porque recorda as brutalidades repressivas que se cometeram contra os comunistas, aqui e na Alemanha. Incomoda porque a Alemanha — país ocidental, branco, protestante, anglo-saxão, capitalista — foi poupada por Hollywood, apesar de ter feito a pior “limpeza étnica” da história, contra judeus, comunistas e ciganos (e quando Chaplin fez O grande ditador, teve de sair dos EUA antes mesmo de o filme ser lançado). O filme de Rita Buzar e Monjardim recorda o papel que a Alemanha, como potência imperialista, desempenhou no nazismo.
Olga incomoda porque revela a vida de militantes, de gente que optou por entregar o que têm de melhor pela revolução, pela luta anticapitalista. E incomoda — sobretudo os que vivem de interesses, de lucros, de prestígio, de honrarias, de ganhos imediatos, de poder — saber que outro tipo de vida e de valores é possível, dedicado a verdadeiros ideais.
Olga incomoda talvez por mostrar Fernanda Montenegro, nossa principal atriz, dando vida à mãe de Luis Carlos Prestes, o mais conhecido dirigente comunista brasileiro.
Talvez incomode ouvir a Internacional, em variados arranjos, inclusive como tema de fundo das cenas de amor dos revolucionários.
É possível que Olga incomode também porque é uma produção de ótima qualidade, apesar de procurar fugir dos cacoetes de estilo norte-americano a que tanto nos acostumam nos cinemas.
Mas sobretudo Olga incomoda porque é um filme que toma posição: é de esquerda — como o são Diários de motocicleta e as fitas de Michael Moore —, quando nos querem convencer de que isso não existe mais, que apenas os critérios estéticos é que contam. E Olga, além do mais, é um belo filme, humanista, que não poupa os carrascos, que diz as coisas pelos nomes que as coisas têm.
Vejam Olga, apesar do que dizem os jornais, apesar da opinião dos conservadores. Que os jovens saibam, que os adultos se recordem, que todos vejam e julguem, com os seus olhos, os seus sentimentos, sua razão e os seus valores.
Olga incomoda e é bom que incomode, em tempos que parecem pedir a todos que já não se incomodem com nada.
Emir Sader, professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), é coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da Uerj e autor, entre outros, de “A vingança da História".

Que os jovens saibam,
que os adultos se recordem,
que todos vejam e julguem,


com os seus olhos,
os seus sentimentos,
sua razão e os seus valores.
Anita Leocádia – filha de Olga e Prestes

Só muitos anos depois da morte de Olga é que Luis Carlos Prestes receberia a última carta que ela escrevera a ele e à filha, ainda em Ravensbrück, na noite da viagem de ônibus que a levaria à morte em Bernburg.
“Queridos:
Amanhã vou precisar de toda a minha força e de toda a minha vontade. Por isso, não posso pensar nas coisas que me torturam o coração, que são mais caras que a minha própria vida. E por isso me despeço de vocês agora. É totalmente impossível para mim imaginar, filha querida, que não voltarei a ver-te, que nunca mais voltarei a estreitar-te em meus braços ansiosos. Quisera poder pentear-te, fazer-te as tranças - ah, não, elas foram cortadas. Mas te fica melhor o cabelo solto, um pouco desalinhado. Antes de tudo, vou fazer-te forte. Deves andar de sandálias ou descalça correr ao ar livre comigo. Sua avó, em princípio, não estará muito de acordo com isso, mas logo nos entenderemos muito bem. Deves respeitá-la e querê-la por toda a tua vida, como o teu pai e eu fazemos. Todas as manhãs faremos ginástica... Vês? Já volto a sonhar, como tantas noites, e esqueço que esta é a minha despedida. E agora, quando penso nisto de novo, a idéia de que nunca mais poderei estreitar teu corpinho cálido é para mim como a morte. Carlos, querido, amado meu: terei que renunciar para sempre a tudo de bom que me destes? Conformar-me-ia, mesmo se não pudesse ter-te muito próximo, que teus olhos mais uma vez me olhassem. E queria ver teu sorriso. Quero-os a ambos, tanto, tanto. E estou tão agradecida à vida, por ela haver me dado a ambos. Mas o que eu gostaria era de poder viver um dia feliz, os três juntos, como milhares de vezes imaginei. Será possível que nunca verei o quanto orgulhoso e feliz te sentes por nossa filha?
Querida Anita, Meu querido marido, meu garoto: choro debaixo das mantas para que ninguém me ouça, pois parece que hoje as forças não conseguem alcançar-me para suportar algo tão terrível. É precisamente por isso que me esforço para despedir-me de vocês agora, para não ter que fazê-lo nas últimas e difíceis horas. Depois desta noite, quero viver para este futuro tão breve que me resta. De ti aprendi, querido, o quanto significa a força de vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas. Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas... Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijos pela última vez.
Olga.”

1 – Faça uma comparação com as aulas apresentadas e o filme: Olga e explique as relações entre Estado e Sociedade após 1930. (Os tempos de silêncio: 1935 – 1942 – Lançamento da Lei de Segurança Nacional, que definia os crimes contra a ordem política e social




2 – Faça a correspondência entre as colunas:

( 1 ) edição
( 2 ) fotografia
( 3 ) roteiro
( 4 ) ano de lançamento
( 5 ) título original
( 6 ) figurino
( 7 ) gênero
( 8 ) direção
( 9 ) duração
( 10 ) música
( 11 ) estúdio
( 12 ) produção
( 13 ) distribuidora


( ) Olga
( ) Drama
( ) 02 horas e 21 minutos
( ) Pedro Amorim
( ) Marcus Vianna
( ) Rita Buzzar
( ) 2004
( ) Globo Filmes, Nexus Cinema e Vídeo,...
( ) Lumière
( ) Jayme Monjardim
( ) Rita Buzzar – (livro de Fernando Morais)
( ) Ricardo della Rosa
( ) Paulo Lois


3 – Os atores: Camila Morgado, Caco Ciocler, Osmar Prado e Fernanda Montenegro desempenham quais papéis no filme:




4 – Quantos parágrafos tem o texto “Por que Olga incomoda?”
( A ) OITO
( B ) SETE
( C ) DEZ
( D ) TREZE
( E ) NOVE


5 – Quantas vezes a frase: “Olga incomoda” é citada no texto?
( A ) OITO
( B ) SETE
( C ) DEZ
( D ) TREZE
( E ) NOVE


6 – “Olga incomoda”...
(A) ... por que conta a história pessoal de dois ______________________________________ .
(B) ... por que recorda as brutalidades repressivas que se cometeram contra os _________________, aqui e na Alemanha.
(C) ... por que revela a vida de _____________________, de gente que optou por entregar o que têm de melhor pela ____________________, pela luta anticapitalista.
(D) ... por mostrar Fernanda Montenegro, nossa principal atriz, dando vida à mãe de _________________________, o mais conhecido dirigente ____________________ brasileiro.
(E) ... porque é um filme que toma posição: é de _____________________________________ .


7 – “Que os jovens saibam, que os adultos se recordem,
Que todos vejam e julguem, com os seus olhos,
os seus sentimentos, sua razão e os seus valores”.
 

QUEM ESCREVEU ESTE TRECHO?
 

(A) Getúlio Vargas
(B) Olga Benário Prestes
(C) Anita Leocádia (filha de Olga e Prestes)
(D) Luis Carlos Prestes
(E) D. Leocádia Prestes


8 – Releia a carta que Olga escreveu a Prestes e sua filha, na noite da viagem de ônibus que a levaria à morte em Bernburg e diga o que considera mais importante? O que mais tocou em você?

SABER, CONHECER, APRENDER É HISTÓRIA

HISTÓRIA - É o estudo da vida dos seres humanos em sociedade, ao longo dos tempos. HISTOIRE (Grego antigo) - Forma derivada da raiz indo-européia WEID. HISTORIEN (Grego antigo) - Procurar saber, informar-se. HISTORIE - Procurar, VER logo SABER. Recurso
SOUBE QUE VOCÊS NADA QUEREM APRENDER

Soube que vocês nada querem aprender, então devo concluir que são milionários
Seu futuro está garantido - à sua frente - Iluminado.
Seus pais cuidaram para que seus pés não topassem com nenhuma pedra.
Neste caso você nada precisa aprender.
Assim como é, pode ficar.
Havendo ainda dificuldades, pois os tempos como ouvi dizer, são incertos.
Você tem seus líderes, que lhe dizem exatamente o que tem a fazer,
para que vocês estejam bem.
Eles leram aqueles que sabem as verdades válidas para todos os tempos e
as receitas que sempre funcionam.
Onde há tantos a seu favor você não precisa levantar um dedo.
Sem dúvida, se fosse diferente você teria que aprender.
Bertold Brecht