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domingo, 30 de agosto de 2015


A REPÚBLICA VELHA


A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E A OLIGARQUIA CAFEEIRA


 


“O povo assistiu bestializado à Proclamação da República”, escreveu o republicano Aristides Lobo, na época do evento. Referia-se ele ao fato de que a República nada mais foi que uma nova composição das classes dominantes. O novo regime foi uma transformação da cúpula; a velha aristocracia rural, de mentalidade colonial escravista, era substituída pelo setor empresarial cafeeiro, ansioso por apoderar-se do aparelho do estado para colocá-lo inteiramente a seu serviço. Era, em suma, a ascensão de um governo burguês oligárquico.

No entanto, a República, rompendo os quadros antiquados e conservadores do Império, abria novas perspectivas mais coerentes com a fase de prosperidade econômica em que o País entrara nos últimos anos do século XIX.

Já foram abordadas as crises que envolveram o Segundo Reinado e o arrastaram à queda. A esse respeito, podem-se colocar algumas questões.

Até que ponto a abolição da escravatura contribuiu para a queda da Monarquia? Por que a Questão Religiosa colaborou para o esfacelamento do Império, se o atrito Igreja-Estado arrastava-se desde a Constituição de 1824? Qual a importância do Partido Republicano para o estabelecimento do novo regime? Qual a importância do Exército na sucessão dos fatos que culminaram com o golpe de 15 de novembro? O abuso do Poder Moderador influiu no desprestígio das instituições monárquicas?

A abolição não pode ser considerada propriamente uma causa essencial para a Proclamação da República, porque ela afetou apenas os setores escravistas que, no final da década de 1880, representavam uma parcela pouco dinâmica no País (Vale do Paraíba).

Quanto à Questão Religiosa, é preciso lembrar que a Monarquia nunca se configurou como inimiga declarada da Igreja e que a República não trouxe um aumento de força e prestígio para o Clero.

Também não devemos exagerar o papel do Partido Republicano, que, embora difundido por todo o País, não contava com grande número de adeptos.

A República não pode também ser considerada um mero golpe militar, nem os militares foram simples instrumentos dos interesses da burguesia cafeeira. Tampouco a Proclamação deva ser entendida como ato de indisciplina militar. Os militares, a partir da Guerra do Paraguai, adotaram a idéia de que a eles cabia a salvação da Pátria e a manutenção da ordem. A idéia republicana atingiu predominantemente os oficiais de patentes inferiores, enquanto os altos escalões do Exército apoiavam a Monarquia. Contraditoriamente, foi um marechal monarquista quem proclamou a República!

O Poder Moderador vinha sendo criticado desde a outorga da Constituição de 1824; no entanto, durante 65 anos mantiveram-se o Poder Moderador e a Monarquia!

Diante dessas considerações, porque só em 15 de novembro de 1889 instituiu-se o regime republicano? Na verdade, o novo regime foi o resultado das profundas transformações ocorridas no País a partir da segunda metade do século XIX. A decadência das oligarquias agrárias tradicionais, a Abolição, a imigração, bem como o processo incipiente de industrialização e urbanização, amadureceram a idéia da necessidade de uma mudança institucional e política.

O período ora estudado – 1889/1930 – é tradicionalmente denominado República Velha. Esses 11 anos, porém, compreendem duas fases distintas: a fase inicial, da implantação e consolidação do regime (1889-1894), é conhecida como República de Espada; e a partir de 1894, com a instalação de civis no poder, configurou-se até 1930 a República das Oligarquias.

 

 

O MOVIMENTO REPUBLICANO


 

Os partidos e grupos agrários revezavam-se no poder numa gangorra viciada e alheia aos reclamos da sociedade em mutação. O trabalho assalariado imigrante e a semi-servidão sufocavam a escravidão. (POR QUÊ? COMO? – O Capitalismo industrial não pode conviver com a escravidão. POR QUÊ? O escravo não é consumidor, e o capitalismo não pode existir sem alargar constantemente o mercado. O Capitalismo é a universalização do trabalho livre assalariado). E Pedro II observava estrelas.

Em 1870, através do jornal A República, O Manifesto Republicano de Quintino Bocaiúva lançou a proposta do Partido Republicano ä sociedade. Mas só três anos depois, com a fundação do Partido Republicano Paulista na Convenção de Itu, surgiu o grupo dos “Republicanos Históricos”.

Os “Republicanos Idealistas” organizaram-se em torno do Exercito, que fundou o Clube Militar. Dessa forma, os cafeicultores e as emergentes classes medias urbanas encontravam seus interlocutores. A Campanha abolicionista tomou espaço com a Lei do Ventre-Livre de 1871, mesmo ano da Questão Religiosa, entre o governo e a cúpula católica. A Lei Saraiva-Cotegipe libertou os sexagenários em meio ä Questão Militar. A 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, extinguindo a escravidão no Brasil. Foi a gota d’água. A monarquia desabou no dia 15 de novembro de 1889. O Marechal Deodoro da Fonseca expulsou a família Bragança do Brasil e instaurou a Republica.

 

A REPÚBLICA


(A REPÚBLICA DOS MARECHAIS)

 

O Governo Provisório de Deodoro da Fonseca revelou as divergências entre o Exercito e o P.R.P.; o Ministro da Fazenda Rui Barbosa adotou uma política emissionista baseada em créditos livres aos investimentos industriais, garantidos pelas emissões monetárias. Os latifundiários defendiam prioridade para a agro-exportacão. A especulação financeira desencadeada, a inflação e os boicotes através de empresas-fantasmas e ações sem lastro desencadearam, em 1890, a Crise do Encilhamento. (ENCILHAR = APERTAR – Movimento extraordinário de especulação bolsista que houve nos primeiros anos da República).

A Constituição de 1891 foi promulgada pela Constituinte que elegeu o Marechal Deodoro, Presidente. Seu governo, no entanto, não durou os quatro anos previstos. Pressionado pela crise, por adversários e aliados, Deodoro decretou estado de sítio e dissolveu o Congresso em 3 de novembro do mesmo ano. Vinte dias depois, num contra-golpe, foi deposto pelos militares.

Assumiu o vice-presidente Floriano Peixoto; seu governo enfrentou, em 1893, a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul  (Revolução Federalista de 1823, chefiada por Silveira Martins – 1834-1901 – , contrária ao partido então dominante cujo chefe era Julio Castilho – 1860-1903) e a Revolta da Armada. A primeira contrapôs “Pica-Paus”  e “Maragatos” (alcunha que os rebeldes rio-grandenses de 1893 davam aos republicanos e legalistas) pelo governo gaúcho; a Segunda foi a ultima tentativa sangrenta de restauração da monarquia no Brasil. A repressão a ambas valeu a alcunha de “Marechal de Ferro” ao presidente Floriano.

 

A REPÚBLICA DOS CORONÉIS (FIM DA REPÚBLICA DA ESPADA)


 

Prudente de Morais, eleito pelo voto direto, foi o primeiro presidente civil. Teve seu governo marcado pela guerra de Canudos, em 1896/97. Mas coube aos sucessores Campos Sales e Rodrigues Alves a montagem do regime das oligarquias. O primeiro renegociou a dívida externa através do Funding Loan, em 1898, e o segundo estabeleceu a política de valorização do café pelo Convênio de Taubaté (1906). Fixavam-se os tempos da hegemonia dos cafeicultores. Com o “voto de cabresto” os coronéis dominavam as clientelas rurais e manipulavam as eleições; a política dos governadores consagrava a troca de apoio entre o governo federal e as oligarquias estaduais e tudo isso viabilizava a política do café com leite, ou seja, o domínio federal pelos cafeicultores de São Paulo e de Minas Gerais.

As difíceis condições de vida e a marginalização política impostas à maioria dos brasileiros explicam genericamente as principais revoltas que abalaram a I República. Assim, os movimentos messiânicos de Canudos (1896/97) e do Contestado (1911-15), as revoltas da Vacina (1904) e da Chibata (1910), na Capital, e a Greve Geral de 1917 eram sintomas dos problemas sociais da época.

 

A REVOLTA DOS TENENTES


 

Somente nos anos vinte amadureceram as contestações organizadas contra o café com leite e  sua política de socialização das perdas do café. Em 1922, a Semana de Arte Moderna pôs a contestação na ordem do dia: a Reação Republicana lançou Nilo Peçanha contra Artur Bernardes, candidato do regime; no dia 25 de março foi fundado o Partido Comunista do Brasil (PCB). Após a I Guerra Mundial, o Clube Militar voltou a ser o articulados político. O Tenentismo se expôs, então, como principal ameaça à hegemonia coronelista. Era um movimento essencialmente militar, elitista e reformista, além de ideologicamente heterogêneo. Manifestou-se primeiro no episódio da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922. Depois fez de São Paulo um campo de batalha na Revolução de 1924 e viveu seu apogeu na marcha da Coluna Prestes pelo país, entre 1924 e 1927.

Eram intelectuais, artistas, operários e até latifundiários e militares se organizando. A vanguarda tenentista sabia bem o que não queria, sonhava com reformas sociais, políticas e econômicas, mas não tinha clareza de como executá-las. Foi, assim, útil braço armado na Revolução de 1930.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


ESTUDO SOBRE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Para responder, use o código seguinte:


a)           Os itens I, II e III estão corretos.

b)           Só o item II é correto.

c)            Só os itens I e III são corretos.

d)           Só os itens I e II são corretos.

e)           Só o item III é correto.


QUESTÃO 1:            D


I – A Revolução Industrial consistiu basicamente na mecanização da indústria; alguns de seus inventos remontam ao século XVI, como o tear mecânico, que, no entanto, não possuía a sofisticação das máquinas criadas no século XVII.


II – A Inglaterra, com seu considerável império colonial e sua supremacia comercial após a Guerra dos Sete Anos, era a principal nação capitalista na segunda metade do século XVIII.


III – A Revolução Industrial, apesar de suas repercussões e de sua influência na formação do capitalismo financeiro, não afetou o setor agrícola, cuja mecanização só ocorreria no século XX, após a Primeira Grande Guerra Mundial (1914 – 1918).


QUESTÃO 2:            A


I – O grande desenvolvimento Industrial do século XIX trouxe para a ordem do dia as reivindicações da classe operária, que exigia melhores condições de vida.


II – Os socialistas científicos previam a classe operária, surgida com a Revolução Industrial, se organizaria em partidos e sindicatos, tomaria o poder e instalaria o Estado Socialista.


III – O Socialismo Científico surgiu nos países mais avançados do sistema internacional, principalmente na Europa Centro-Ocidental, durante a metade do século XIX.


QUESTÃO 3:            D


I – Uma das repercussões mais significativas da Revolução Industrial está representada pelo crescimento demográfico das cidades.


II – O expansionismo econômico inglês – observado no século XIX – determinou o aparecimento da política neocolonislista que, inclusive, apresentou intensas repercussões no Brasil, assumindo o país, no período, caráter de verdadeiro protetorado britânico.


III – Graças à expansão do capitalismo industrial, ocorreu um processo de redistribuição de riquezas provocado pela crescente socialização dos meios de produção.

 

NAS QUESTÕES DE 04 A 06, MARQUE APENAS UMA ALTERNATIVA CORRETA:


04 – A conseqüência social importante da Revolução Industrial foi:


a) O surgimento do operariado fabril.

b) O aparecimento da burguesia.

c) O desenvolvimento das idéias socialistas.

d) O progresso do socialismo utópico.


05 – A Revolução Industrial possibilitou a emergência de uma nova classe social, trata-se:


a)    da burguesia.

b)    do proletariado.

c)    do escravo-capitalista.

d)    dos pequenos proprietários agrícolas.


06 – São características do Capitalismo:


a)    a riqueza de uma nação está na quantidade de metais preciosos que possui.

b)    Imperialismo e nacionalismo econômico.

c)    Empresa privada e competição pelos mercados.

d)    Excesso de matéria-prima.



07 – LEIA:


POVO – Que trabalho você executa na sociedade?

CLASSE PRIVILEGIADA – Nenhum; não fomos feitos para trabalhar.

POVO – Como então você adquiriu sua riqueza?

CLASSE PRIVILEGIADA – Assumimos a tarefa de governar vocês.

POVO – Governar a nós! Nós nos esgotamos e vocês se divertem; nós produzimos e vocês dissipam; a riqueza flui de nós e vocês a absorvem. Homens privilegiados, classe distinta do povo, formem uma nação à parte e governem-se a si mesmos. (VOLNEY. Ruínas. In: THOMPSON, E. A formação da classe operária inglesa.).


            A Revolução Industrial não se limitou a um conjunto de transformações técnicas e tecnológicas aplicadas ao processo de produção de mercadorias. Em uma outra dimensão, de caráter social, proporcionou, entre outras coisas, a formação da classe operária em sua relação com a burguesia, que é a classe proprietária dos meios de produção.


A)           CITE DOIS FATORES QUE POSSIBILITAM A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA, NO SÉCULO XVIII.


Os principais fatores são: O predomínio da burguesia na condução dos negócios do Estado desde a Revolução Gloriosa; O cercamento dos campos, que permitiu o uso capitalista da terra e deslocou grande contingente de mão-de-obra para as cidades disponível para trabalhar nas fábricas; A acumulação de capital proporcionado pela exploração colonial.



B) EXPLIQUE DE QUE MANEIRA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL CONTRIBUIU PARA A CONSOLIDAÇÃO DA DIVISÃO ENTRE CAPITAL E TRABALHO.


                        A vitória do sistema de sistema de fábrica, com suas grandes e dispendiosas instalações, ampliou a distância entre o capital e o trabalho.


08 – SOBRE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, julgue os itens que se seguem apontando “C” para CERTO e “E” para ERRADO e marque em seguida apenas uma alternativa correta.


I – Expansão das ferrovias e crescimento das cidades.

II – Formação de grandes conglomerados e expansão dos mercados.

III – Fortalecimento do mercantilismo.

IV – Defesa do livre-cambismo.

V – Formação do proletariado.


a)    CCEEC

b)    CECEC

c)    CCECC

d)    CCCEC

e)    ECECC

segunda-feira, 17 de agosto de 2015


O FISIOCRATISMO E O LIBERALISMO ECONÔMICO
 

John Locke: um dos principais ideólogos do liberalismo

 
Duas doutrinas econômicas nasceram no Iluminismo: a fisiocracia e o liberalismo econômico.

O pensamento liberal teve sua origem no século XVII, através dos trabalhos sobre política publicados pelo filósofo inglês John Locke. Já no século XVIII, o liberalismo econômico ganhou força com as idéias defendidas pelo filósofo e economista escocês Adam Smith.

Os economistas fisiocratas defendiam a liberdade econômica (laissez faire = deixai fazer) e, por conseqüência, combatiam a prática mercantilista. Negavam a intervenção do estado na economia, o dirigismo estatal. Para eles, o Estado deveria garantir a propriedade e a vida dos cidadãos. Propunham a valorização da indústria extrativa e da agricultura, consideradas as únicas atividades criadoras de riquezas.

Os pensadores fisiocratas foram: Quesnay, Gournay e Turgot.

Adam Smith, pensador inglês, fundou o liberalismo econômico. Em sua obra “A Riqueza das Nações” publicada em 1776, defendeu a liberdade do indivíduo na busca de seus interesses, relacionando a riqueza de um país com a capacidade de trabalho de seus habitantes. Combatia a intervenção do Estado na economia. Afirmava que cabia ao Estado organizar os setores nos quais os particulares não podiam atuar.

A teoria do liberalismo econômico atendia as necessidades de lucro e investimento da burguesia, pois justificava a livre competição e os lucros ilimitados nos negócios. O próprio trabalho já era visto como uma atividade a ser vendida no mercado de trabalho.

Em resumo, o liberalismo pode ser definido como um conjunto de princípios e teorias políticas, que apresenta como ponto principal a defesa da liberdade política e econômica. Neste sentido, os liberais são contrários ao forte controle do Estado na economia e na vida das pessoas.
 

Podemos citar como princípios básicos do liberalismo:


a) Defesa da propriedade privada;

b) Liberdade econômica (livre mercado);

c) Mínima participação do Estado nos assuntos econômicos da nação (governo limitado);

d) Igualdade perante a lei (estado de direito);


Na década de 1970 surgiu o neoliberalismo, que é a aplicação dos princípios liberais numa realidade econômica pautada pela globalização e por novos paradigmas do capitalismo.

 
EXERCÍCIOS:

 
  1. Quais foram as doutrinas econômicas que nasceram do Iluminismo?
___________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 
O que defendiam os fisiocratas?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 
  1. Quem fundou o liberalismo econômico? Que obra ele escreveu?
___________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 
  1. Coloque “F” para falso e “V” para verdadeiro:

(     ) Com base nas idéias iluministas, surgiram no século XVIII as doutrinas econômicas: fisiocracia e liberalismo econômico.

(     ) A chamada teoria da “laissez faire” combatia a prática mercantilista e a intervençõ do Estado na economia.

(     ) Os fisiocratas propunham a valorização da indústria extrativa e da agricultura, consideradas as únicas atividades criadoras de riquezas.

(     ) O liberalismo econômico foi criado pelo pensador inglês Adam Smilth que escreveu a obra: “A riqueza das nações”.

(     ) O liberalismo econômico atendia as necessidades dos monarcas absolutistas porque pregava rígido controle estatal sobre os negócios da nação.

 

 

A FILOSOFIA ILUMINISTA

 

            A filosofia iluminista teve sua origem na Inglaterra, com John Locke, em suas obras: Ensaio sobre o entendimento humano (1687) e Tratado sobre o governo civil (1690). Defendia que os homens nascem livres e iguais e têm direito à vida e à propriedade. Afirmava que os governos se originaram de um contrato estabelecido entre os homens e seu fim maior era assegurar os direitos naturais. O não cumprimento desse dever era motivo de rebelião contra o governo. Dessa forma, Locke combatia o absolutismo monárquico.

            Foi na França que a filosofia iluminista ganhou mais força, por causa da presença de um poderoso regime absolutista.

 

John Locke, filósofo inglês é considerado o pai do liberalismo moderno, filosofia política que defende a propriedade privada, a igualdade de todos perante a lei, a limitação do poder do governante e o livre mercado.

As idéias republicanas, constitucionais e o direito ao voto surgiram a partir das idéias liberais.

 

Voltaire, filósofo francês, cujo nome verdadeiro era François Marie Arouet, em sua obra Cartas inglesas, valorizou o regime político da Inglaterra, defendendo um governo monárquico que garantisse os direitos individuais. Esse filósofo atacou o absolutismo, os privilégios da nobreza e a Igreja, acusando-a de retrógrada e responsável pela ignorância do povo. Propunha regimes políticos diferentes, de acordo com o grau de desenvolvimento dos países: despotismo esclarecido para os mais atrasados, e um governo liberal, apoiado na burguesia, para os mais adiantados.

            Criou a obra “Dicionário Filosófico”. Suas idéias giravam em torno do direito à liberdade de expressão, religiosa e econômica.

Para ele, o governo ideal era uma monarquia esclarecida, ou seja, o poder do rei mediado pela idéias iluministas.

Era anticlerical e se posicionava contra as idéias da Igreja Católica.

Foi autor da frase: “Posso não concordar com uma palavra que dizes, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las”.

 

Montesquieu (o barão de), filósofo francês, foi outro pensador de grande relevância.

Montesquieu em sua obra: “Cartas Persas”, criticou os costumes da sociedade e a política francesa. Em sua outra obra: “O Espírito das Leis” (1748), defendeu a separação dos três poderes do estado, ou seja, o Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais, no conjunto, se harmonizariam e equilibrariam o poder.

A idéia da separação dos três poderes tinha como objetivo limitar o poder do governante, para evitar abusos de autoridade, comum no Absolutismo.

 

Jean-Jacques Rousseau, filósofo suíço, foi o único a defender um governo democrático.

            Suas principais obras são: “Origem da desigualdade” e “Do Contrato Social”, nesta última, defendeu que os homens nascem livres, sendo que a liberdade faz parte da natureza humana.

Foi autor da frase: “O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe”.

            Criticou a propriedade privada, responsabilizando-a pelas lutas sociais.

            Segundo Rousseau, o Estado deveria expressar a vontade geral, pois a soberania política é do povo. Suas idéias foram aceitas pelas camadas populares e pela pequena burguesia.

 

Diderot, foi outro filósofo francês, Criou a obra “Enciclopédia”, em parceria com D’Alembert. Seu objetivo era reunir todo o conhecimento que a humanidade havia produzido até sua época.

Foi autor da frase: “O homem só será livre quando o último déspota for estrangulado com as entranhas do último padre”.

 

EXERCÍCIOS:

 
  1. Associe corretamente as duas colunas:

(A)  John Locke

(B)  Voltaire

(C) Montesquieu

(D) Jean-Jacques Rousseau

 
(     ) Seu nome verdadeiro era François Marie Arouet.

(     ) Escreveu “Cartas Persas”.

(     ) Escreveu “Do Contrato Social”.

(     ) Escreveu “O Espírito das Leis”.

(     ) Escreveu “Cartas Inglesas”.

(     ) Foi o único a defender um governo democrático.

(     ) Escreveu “Ensaio sobre o entendimento humano”.

(     ) Escreveu “Tratado sobre o governo civil”.

(     ) Escreveu “Origem da desigualdade”.

(     ) Iniciou o movimento iluminista.

(     ) Criticou os costumes da sociedade e a política francesa. Defendeu a divisão do poder em Legislativo, Executivo e Judiciário, os quais, no conjunto, se harmonizariam e equilibrariam o poder.

(     ) Afirmava que os homens nascem livres e iguais e têm direito à vida e à propriedade. Afirmava que os governos se originaram de um contrato estabelecido entre os homens e se fim maior era assegurar os direitos naturais. O não cumprimento desse deve era motivo de rebelião contra o governo.

(     ) Afirmava que o homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompe. Criticou a propriedade privada, responsabilizando-a pelas lutas sociais. Segundo esse filósofo, o Estado deveria expressar a vontade geral, pois a soberania política é do povo.

(     ) Atacou o absolutismo, os privilégios da nobreza e a Igreja, acusando-a de retrógrada e responsável pela ignorância do povo. Propunha regimes políticos diferentes, de acordo com o grau de desenvolvimento dos países: despotismo esclarecido para os mais atrasados, e um governo liberal, apoiado na burguesia, para os mais adiantados.

 
  1. NÂO foi uma característica do Iluminismo:

a)    Buscava explicações racionais para o Universo e para a sociedade.

b)    Combatia os governos absolutistas e os privilégios sociais, que oprimiam a burguesia e as camadas populares.

c)    Defendia a fé como única fonte do conhecimento humano.

d)    Defendia o respeito aos direitos do homem.

 
  1. O Iluminismo atendia aos interesses da ______________________________ , que desejava __________________________________________________ para a realização do comércio.

  1. Com base nas idéias iluministas, a burguesia se rebelou contra o ________________________ . Foram as rebeliões liberais, ocorridas no final do século XVIII, entre as quais se destaca, na França, a _______________________ .

 

O ILUMINISMO

 

            O movimento cultural europeu do século XVIII, que apresentou novas idéias políticas, sociais, econômicas e que defendia o uso da razão, é conhecido como Iluminismo. Por isso, esse século ficou conhecido como Século das Luzes ou da Ilustração (em contraposição ao Antigo Regime - a Idade das Trevas – século XVII).

Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.  

 

Antigo Regime I

 

Mas o que era o antigo regime, tão odiado pelos simpatizantes do iluminismo? O antigo regime correspondia a um período da Europa, onde a sociedade girava em torno do Absolutismo: prática política que defendia o poder total nas mãos de um rei; e do Mercantilismo: prática econômica que, entre outras coisas, fazia o rei embolsar a maior parte das riquezas acumuladas. De uma Sociedade Estamental: condição onde a posição social (status) de alguém depende do seu nascimento, e não das riquezas acumuladas e ainda, onde a Igreja Católica geralmente estava alinhada aos interesses do rei.

O antigo regime, então, era composto por instituições e modelos sócio-econômicos que iam contra os interesses da burguesia. Por este motivo, deveria ser substituído.

            Os pensadores iluministas defendiam a razão como fonte do conhecimento humano. Buscavam explicações racionais para o Universo e para a sociedade. Desenvolveram teorias políticas e sociais que se opunham à sociedade da época. Combatiam os governos absolutistas e os privilégios sociais, que oprimiam a burguesia e as camadas populares. Defendiam o respeito aos direitos do homem.

            As idéias iluministas representavam os anseios da burguesia, que encontrou nelas as justificativas para criticar a velha ordem, a sociedade tradicional e os seus privilégios. Os burgueses passaram a clamar pela liberdade econômica, sem a interferência do Estado, como condição necessária para a realização do comércio.

            Apoiada nesses novos ideais, a burguesia promoveu em vários países revoluções liberais contra o absolutismo real e a velha ordem política, nos fins do século XVIII. Destacaram-se a Revolução Francesa de 1789, e as lutas de libertação das colônias da América.

            Entre 1751 e 1772, o pensamento dos iluministas foi documentado na Enciclopédia, obra suprema do Iluminismo, em 34 volumes, organizada por Diderot e D’Alembert, que contaram com a colaboração de Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Quesnay, entre outros.

  

EXERCÍCIOS:

 

  1. Dê uma definição de Iluminismo.
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  1. O que pregavam os pensadores iluministas?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 
  1. O Iluminismo atendia aos interesses de qual classe social? Por quê?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 
  1. O que foram as chamadas revoluções liberais?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 
  1. Devido ao Iluminismo, o século XVIII é chamado de:
 _________________________________________________________________ .

 
  1. O que foi a Enciclopédia?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 

 

 

 

 

 

 

 
HISTÓRIA - FONTES HISTÓRICAS - SOCIEDADE E CULTURA

 
A História é uma ciência que estuda o passado da humanidade para poder compreender melhor o presente. O conhecimento do passado ajuda a entender o presente, o que está acontecendo agora. Portanto, a História é também uma ciência presente.

            É através da análise das diferenças entre o passado e o presente que percebemos as transformações (positivas e negativas) que ocorreram na vida da humanidade. Assim, para a História, o importante é compreender as transformações da sociedade ao longo do tempo, bem como os acontecimentos que as afetam.

            Mas o que é sociedade? É um grupo de pessoas que se unem e criam laços a partir da lembrança de um passado comum. Esse passado faz com que tenham a mesma identidade, a mesma língua, uma história em comum e participem da mesma cultura.

Cultura é a natureza transformada pelo trabalho humano e natureza é tudo o que existe e não foi criado pelo homem. Apenas os seres humanos são capazes de trabalhar criativamente para superar a natureza, ou seja, somente os seres humanos são capazes de produzir cultura, conseguindo com isso distinguir-se de outros animais. No entanto, a cultura não se limita aos objetos. São também elementos da cultura os costumes, as religiões, as artes, o folclore, dentre outros.

A sociedade é produto da cultura porque os seres humanos são capazes de criar e modificar as maneiras de viver. Por esse motivo, existiram e ainda existem sociedades tão diferentes umas das outras. Mesmo dentro de uma mesma sociedade nem todas as pessoas vivem do mesmo jeito. Uma sociedade pode apresentar profundas diferenças sociais. Essas diferenças sociais também são produtos da cultura na medida em que essas diferenças são criações humanas e que o conflito entre as classes sociais acaba contribuindo para a transformação das sociedades.

Podemos perceber, então, que as mudanças na história nunca são causadas pela vontade de uma única pessoa, muitas transformações foram realizadas pelas classes sociais na luta para atender às suas necessidades. Portanto não podemos esquecer: a História não é feita apenas de grandes heróis. É por isso que os historiadores estão interessados em acontecimentos que afetam toda a sociedade e para eles existem três aspectos fundamentais numa sociedade: a economia, as ideias sociais e a política.

A economia refere-se ao trabalho e a produção de bens para a sobrevivência da sociedade. As ideias sociais representam o modo como a sociedade tenta compreender as suas transformações. E a política, diz respeito à questão do poder.

Para reconstruírem o passado, os historiadores usam de todos os vestígios deixados pelos homens, realizando um trabalho de investigação e interpretação das ações humanas. Eles utilizam as mais variadas fontes que possam trazer informações sobre as idéias e realizações dos homens através dos tempos. Essas fontes podem ser escritas ou não-escritas.

As fontes escritas são todos os tipos de registros deixados pelo homem em forma de cartas, certidões, documentos oficiais, jornais, etc. Já as fontes não-escritas são todos os registros da atividade humana que utilizam linguagens diferentes da escrita: pinturas, fósseis, utensílios, a história oral, etc.

As fontes são a base da pesquisa histórica. Mas será que podemos acreditar em todas as fontes? De jeito nenhum! O historiador deve questionar todas as fontes com o objetivo de compreender da melhor maneira a realidade de determinada sociedade. É por isso que no estudo da história não podemos observar e compreender parte da realidade e concluir que descobrimos a “verdade plena”. Em função disso, podemos afirmar que o conhecimento produzido pelo historiador é seletivo e limitado e por isso o mesmo fato histórico pode ser interpretado de diferentes maneiras.


Com base no texto acima responda em seu caderno:

 
01 – O que é História?

________________________________________________________________________________________________________________________ .

 

02 – Explique o que é sociedade.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 

03 – Por que a sociedade é produto da cultura?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 

04 – As diferenças sociais são determinadas pela natureza? Explique.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 

05 – Explique a diferença entre economia, idéias sociais e política.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 

06 – Como os historiadores reconstroem o passado?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ .

 

07 – O que são fontes históricas?

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08 – Qual a diferença entre fontes escritas e fontes não-escritas?

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09 – Podemos acreditar em todas as fontes históricas? Por quê?

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