O NOVO IMPERIALISMO - AS TRANSFORMAÇÕES DO
CAPITALISMO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX
A
partir de 1848, as lutas sociais, que tinham um caráter ao mesmo tempo
democrático e nacional, passaram a excluir o aspecto democrático, para assumir
aspectos quase exclusivamente nacionais. As unificações da Itália (1870) e da
Alemanha (1871) são as mais claras demonstrações desse novo sentido da história europeia.
Esse
fenômeno, concomitante ao processo de industrialização, permite colocar no
mesmo quadro geral a Guerra de Secessão nos Estados Unidos (1861-1865), a
unificação da Itália (1870) e a da Alemanha (1871).
Relacionar o avanço da industrialização com a unificação dos países.
É
importante se perceber que as transformações no plano econômico se
refletem no plano político. E também a idéia de uma totalidade, onde as partes
são solidárias. Nos Estados Unidos, os Estados do Norte eram industrializados.
Na Itália, era o reino de Piemonte. E, na Alemanha, o reino de Prússia. O
desenvolvimento do capitalismo nessas regiões colocava agudamente o problema da
unificação nacional, que, no plano econômico, nada mais representava que a
unificação do mercado interno. O nacionalismo era, portanto, uma ideologia
burguesa que, utilizando a mística da nacionalidade, pretendia, na verdade, o
domínio do mercado. Um outro ponto a ser ressaltado é o do processo de
unificação, que, nos três casos, ocorreu de forma diferente. Nos Estados Unidos
já existia a unificação política, mas não a econômica: o Sul era escravista e o
Norte, capitalista; a guerra civil entre os Estados nortistas e os sulistas
solucionou o problema. Na Alemanha, através do Zollverein (unificação
aduaneira), havia a unidade econômica, mas não a política; o país estava
dividido em 36 Estados politicamente independentes. E a Itália estava dividida
tanto política como economicamente; os sete Estados que a compunham não
possuíam nenhum vínculo econômico mais estreito entre si.
A
emergência de novas potências industriais, por volta de 1870, coincidiu com uma
transformação econômica de grande alcance: a Segunda Revolução Industrial. A
nova conjuntura se refletiu imediatamente no mundo periférico, com o
aparecimento do imperialismo e do neocolonialismo.
São
duas as questões que precisam ser relacionadas: O que caracterizou a Segunda
Revolução Industrial e em que consistiu o novo colonialismo?
A
Segunda Revolução Industrial teve por base o aperfeiçoamento da técnica de
produção (automatização) e o processo de concentração da produção industrial
(monopólio). Como conseqüência da produção em massa e da monopolização dos
mercados pelas grandes corporações, ocorreu uma acumulação sem precedentes de
capitais. Ao mesmo tempo, a emergência de várias potências industriais
assinalava a concorrência na disputa pelo mercado externo. O resultado foi o
imperialismo – guerra econômica entre as potências industriais pela apropriação
de mercados – e o neocolonialismo. E os territórios
visados e partilhados foram a Ásia e a África.