Apesar de você (samba, 1970) – Chico Buarque Exilado na França Chico Buarque retornou ao Brasil em 1970, após mais de um ano. Incentivado pelo dono de sua gravadora, André Midani, que garantia a melhora da situação, Chico se decepcionou ao constatar o verdadeiro cenário. Para expressar sua indignação e esperança compôs o samba “Apesar de você”, no qual mandava diretos recados, como: “Você vai pagar e é dobrado/Cada lágrima rolada/Nesse meu penar…”. Incrivelmente os censores não captaram a mensagem, e caíram na ladainha de uma “briga de amantes”. Quando a canção estourou nas rádios, a população, bem mais esperta e atenta, logo a tomou nos braços e entoou em toda parte. Os militares tardiamente descobriram do que se tratava e então proibiram a execução da música e destruíram os discos, mas se esqueceram da matriz, o que permitiu a reedição original ao término do regime autoritário. A partir dessa data, o cerco da censura a Chico Buarque se fechava, mas ele ainda driblava.
Seguidores
quarta-feira, 18 de abril de 2018
Geraldo vandré ( ao vivo no maracanãzinho )
Pra não dizer que não falei das flores (rasqueado, 1968) – Geraldo Vandré Uma das canções brasileiras mais representativas de todos os tempos, “Pra não dizer que não falei das flores” já nasceu controversa. O hino contra a repressão composto pelo paraibano Geraldo Vandré, no auge da ditadura militar no Brasil, em 1968, insuflou os espectadores presentes ao Maracanãzinho no III Festival Internacional da Canção e despertou a ira dos militares. O público aplaudiu com volúpia e intensidade e exigiu que a música, na definição do autor “um rasqueado de beira de praia”, vencesse o concurso. No entanto, o júri resolveu premiar “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque, incessantemente vaiada após o anúncio. Definida pelo general Luís de França Oliveira, secretário de Segurança da Guanabara, como “subversiva e com cadência do tipo Mao Tsé-Tung”, referência ao líder da ditadura comunista na China, a canção que rendeu a Vandré sucesso e adoração popular foi também artifício para exilá-lo no Chile e, em seguida, abandonar a carreira.
Chico Buarque - Cálice (Ditadura Militar no Brasil)
Cálice (MPB, 1978) – Gilberto Gil e Chico Buarque O tema religioso perpassa toda a estrutura da música “Cálice”. Composta numa Sexta-Feira da Paixão, a lembrança do martírio de Cristo inspirou Gilberto Gil a identifica-lo com a situação vivida pelos brasileiros no auge da ditadura militar no país. A melodia, também de memória sacra, acompanha os versos que falam da “bebida amarga”, a “força bruta”, o “monstro da lagoa” e “o grito desumano”, entre outros. Todas essas imagens fortes seriam ainda coroadas com o refrão que mistura o sentido das palavras “cálice” e “cale-se” através do som. A figura imponente de “um pai que destrói as individualidades” fez com que Gilberto Gil jamais regravasse a canção após a tentativa, censurada pelo regime, de apresenta-la em show ao lado de Chico Buarque, em 1978, quando o áudio do microfone dos dois foi cortado. Chico, por outro lado, a registrou em disco deste mesmo ano, intitulado apenas com o seu nome. Apesar de todas as tentativas dos ditadores, foram eles que se calaram, não os autores.
Zuzu Angel - Angélica
Angélica (toada, 1982) – Chico Buarque Zuzu Angel era uma renomada estilista de moda no Brasil e no exterior quando, em 1971, agentes do regime militar sequestraram, torturaram, lançaram ao mar e desapareceram com o corpo de seu único filho homem, Stuart Angel Jones, de apenas 26 anos, à época envolvido em movimento contra a ditadura. A revolta da mãe levou-a a desafiar e apontar o dedo na cara de generais em todos os tribunais aos quais teve acesso, denunciado a falácia, desumanidade, podridão e espírito macabro do regime autoritário onde o assassinato é prática comum. A resposta grotesca e à altura da estupidez dos militares foi assassinar Zuzu, num armado e proposital acidente de carro, em 1976, quando ela tinha 54 anos. Em 1982, Chico Buarque apresentou “Angélica”, uma toada em homenagem à trajetória da mulher que procurou o filho, levado por forças do mal, mas que ela conservou para sempre em seu coração. A vida de Zuzu Angel e o assassinato de Stuart foram transformados em filme no ano de 2006, com direção de Sérgio Rezende, Patrícia Pillar no papel da protagonista e Elke Maravilha, que foi amiga pessoal da estilista, em participação especial. O triste relato dos horrores da ditadura militar no Brasil pode ser conferido de perto, e em detalhe, nessa e em outras películas. Felizmente o abominável regime pereceu, e o que sobreviveu ao tempo foi a canção de Chico, Gil, João, Vandré, Gonzaguinha.
segunda-feira, 2 de abril de 2018
LUÍS ROBERTO BARROSO: HOJE ESTOU!... ATÉ O VENTO MUDAR.
O Jornalista e Comentarista da Rede TV News: Reinaldo Azevedo, no dia 02/04/2018 em seu blog, traduziu muito bem o momento vivido pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso. E com ele partilho o mesmo sentimento e transcrevo algumas citações de seu artigo.
Primeiramente a frase: 'Vivemos a era do "em matéria de moralidade, meu pirão primeiro".
"Luís Roberto Barroso é o Raul Seixas da Constituição. Ele prefere ser 'essa metamorfose ambulante"'a ter 'aquela velha opinião formada sobre tudo'. Com todo respeito ao Raulzito".
E mais interessante é o comentário sobre a forma como o ministro antes vermelhão, agora se passa por independente e torna-se ídolo de uma direita vingativa, cruel, fascista, sanguinária, homofóbica, enfim. (...) "E de tal ordem o homem (Luís Roberto Barroso) se metamorfoseia que a crisálida do esquerdismo-vermelhismo - e, por isso, foi posto lá - resolveu ser agora, já em pleno voo do ropalócero, se transformar em ídolo da direita xucra".
Vale a pena esperar por outros ventos...
domingo, 1 de abril de 2018
TEMER ENFRENTARÁ NOVA DENÚNCIA?
O Governo recebeu com alívio, neste sábado, a revogação das prisões dos amigos de Temer que estavam presos na Sede da Polícia Federal em São Paulo.
Da mesma forma que anteriormente a PGR havia pedido prisão, desta feita a PGR alegando que o objetivo das prisões, de instruir as investigações em curso, já havia sido cumprido, solicitou que as prisões fossem revogadas.
Após a decisão do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, os presos na Operação Skala foram soltos em São Paulo.
A avaliação feita pelo Governo Temer, após ter conhecimento da revogação das prisões é de que o estrago político na imagem do presidente está feito e 'não tem volta', mas, pelo menos, reduz a tensão dos últimos dias.
Entretanto, apesar da diminuição da pressão política sobre o presidente, a preocupação é muito grande sobre uma possível denúncia, (seria a terceira), contra o presidente. E as articulações no Planalto já estão em curso para agradar a base aliada.
É aguardar!
TEMER ENFRENTARÁ NOVA DENÚNCIA?
PARECE QUE NÃO!
PGR pede para soltar os amigos de Temer presos na operação Skala - A procuradora afirma que as medidas cumpriram o objetivo legal. Mas, fica uma grave pergunta no ar... Que objetivo mesmo?
E um pouco antes...
Coronel amigo de Temer alega problemas psicológicos ao se negar a depor.
Seria cômico se não fosse trágico. É incrível, é espetacular, é extraordinário, o que sempre acontece com as pessoas presas ou convocadas para depor. Elas quase sempre alegam graves problemas de saúde e precisam de atendimentos médicos, foi o que aconteceu com o coronel amigo do presidente Temer, João Baptista Lima, preso pela PF na quinta feira (29/03/2018) que se recusou a prestar depoimento na sexta feira (30/03/2018) alegando problemas físicos e psicológicos.
E então, fica outra pergunta no ar... Foi só para inglês ver ou papo furado ou chover no molhado ou conversa pra boi dormir?
A Justiça cega está a cada dia e cada vez mais não querendo ver nada.
A procuradora com aquela voz de freira de mosteiro indicada por Temer age conforme deseja o seu patrão? Será? 'Veremos o que poderá ser feito'...
sábado, 31 de março de 2018
TEMER ENFRENTARÁ NOVA DENÚNCIA?
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, nesta sexta feira (30/03/2018). Íntegra da Nota divulgada.
Nota da assessoria da Presidência
Nota oficial
O decreto dos portos, sob o qual está amparada a investigação sobre supostos
benefícios à empresa Rodrimar, diz literalmente em seu Artigo 47-A, § 3º:
“O disposto neste artigo não se aplica aos contratos firmados antes da vigência da
Lei 8.830, de 25 de fevereiro de 1993”.
A mais rasa leitura do decreto teria enterrado, no ano passado, o pedido de abertura de tal investigação pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot.
O fato é que a Rodrimar não se encaixa neste parágrafo, neste artigo, no todo do decreto ou na sua interpretação, por mais ampla que se queira, conforme despacho do Ministério dos Transportes: “Conclui-se que as disposições do decreto número 9048/17 não se aplicam aos contratos da empresa Rodrimar S/A”.
Tal decreto nasceu após criação de grupo de trabalho pelo Ministério dos Transportes que realizou amplo e público debate, em reuniões que ocorreram entre setembro de 2016 e maio de 2017. Todas as áreas da Rodrimar serão relicitadas.
Sem ter fatos reais a investigar, autoridades tentam criar narrativas que gerem novas acusações. Buscam inquéritos arquivados duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal, baseados em documentos forjados e já renegados formalmente à justiça, e mais uma vez em entrevista à revista Veja deste final de semana.
Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação.
Repetem o enredo de 2017, quando ofereceram os maiores benefícios aos irmãos Batista para criar falsa acusação que envolvesse o presidente. Não conseguiram e repetem a trama, que, no passado, pareceu tragédia, agora soa a farsa.
O atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública, impedi-lo de continuar a prestar relevantes serviços ao país, como ele fez ao superar a mais forte recessão econômica da história brasileira. Bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes. No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatura. Busca-se impedir ao povo a livre escolha. Reinterpreta-se a Constituição, as leis e os decretos ao sabor do momento. Vê-se crimes em atos de absoluto respeito às leis e total obediência aos princípios democráticos.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República
sexta-feira, 30 de março de 2018
PGR - BARROSO x PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
TEMER ENFRENTARÁ NOVA DENÚNCIA?
A procuradora-geral da República considerou que haveria 'risco concreto de destruição de provas' e expediu a prisão temporária de 13 pessoas. Atendendo a pedido da procuradora Raquel Dodge o ministro do STF Luís Roberto Barroso autorizou prisões temporárias, e reproduzindo os argumentos da procuradora de que existiam 'fortíssimos' indícios de corrupção, justificou as prisões e ordens de busca.
Em seu depoimento à PF, o dono da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, discorreu sobre uma suposta fala do presidente Temer sobre contrato no porto de Santos. Segundo ele, o presidente teria dito: 'Vou ver o que posso fazer', contrariando o que o presidente havia falado em janeiro quando ele respondendo questionário formulado pela PF teria afirmado que jamais havia tratado de concessões no setor portuário.
TEMER ENFRENTARÁ NOVA DENÚNCIA?
Na última quinta feira (28/03/2018) aconteceu a Operação da PF no Setor de Portos, denominada Operação Skala, com o objetivo, segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, de busca e coleta de provas de corrupção. O ministro é relator do inquérito no STF que investiga se o presidente Michel Temer beneficiou a empresa Rodrimar na edição do Decreto dos Portos, assinado pelo presidente em 2017, supostamente favorecendo empresas portuárias em troca de propina.
Cinco pessoas (ligadas ao presidente Temer) foram presas nesta Operação; o advogado José Yunes, amigo do presidente há mais de 50 anos, Wagner Rossi, ex-ministro e o empresário Celso Greco, dono da empresa Rodrimar, além do Cel. João Batista Lima.
Desde que o presidente soube do ocorrido, ele e seus auxiliares discutem como reagir às investigações. Até a ideia de passar a Páscoa em São Paulo foi descartada, dada a importância atribuída aos fatos revelados. O presidente convocou imediatamente o advogado no inquérito dos portos, Antonio Claudio Mariz, para discutir estratégias jurídicas, pois, a expectativa do Planalto é por uma nova denúncia contra o presidente.
Assinar:
Postagens (Atom)